Thatiane Corbellini reseña Cuando el corazón se cierra hace más ruido que una puerta
Cuando el corazón se cierra hace más ruido que una puerta
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** spoiler alert ** Esse livro é um dos mais loucos que já li. Me lembrou “a casa dos dez negrinhos”, de Ágatha Christie, só que sem pé nem cabeça. Morre todo mundo, literalmente. E absolutamente sem motivo algum.
Essa tendência trazida pelos streamings, de reviravoltas e surpresas constantes, está arruinando a literatura contemporânea. Não precisa desenvolver nada, basta gerar choque suficiente e contar com a cumplicidade de um leitor que irá aceitar qualquer explicação, por mais superficial e ilógica que seja.
Há a intenção de gerar o ápice com o clichê da “brincadeira de mau gosto que dá errado”. Na minha visão, já era previsível esse final. Não tinha sentido a quantidade de desaparecimentos e decisões estranhas do início. Esta seria a única explicação.
Algumas mortes tem um nível de bizarrice insuportável, como pessoas que batem a cabeça na parede ou reações exageradas a algum momento de tensão. Uma mulher madura, que é uma das personagens aparentemente mais sensatas, se torna a assassina mais passional da trama, que mata a amante por medo de ser exposta (e estava convivendo com a mesma normalmente até então).
Ponto positivo é a erudição do autor, alter ego de um dos narradores, que é também um escritor. Nesta voz aparecem algumas citações muito ilustrativas, em alguns momentos críticos. Mas trocaria todas elas por um pouco mais de coerência e profundidade no enredo.
Enfim. Tive muita vontade de largar a leitura, mas insisti pra melhorar o vocabulário em espanhol contemporâneo. O livro é curto (120 páginas) e foi uma lembrança de uma livraria que visitei em Madrid, então insisti para valer o esforço da viagem do outro lado do Atlântico. Vou colocar parte da frustração na conta dos livreiros, pois pedi a opinião deles antes de levar (brincadeira, acho que não tinham como opinar, o livro é recém lançado).
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